terça-feira, 28 de abril de 2009

Da fome dá sede...


Heloiana estava com muita fome e um pouco de sede. Fazia meses que não comia nada, e unicamente caminhava por entre o gramado, e bebia água de fontes que ocasionalmente surgiam aqui ou ali, naquele jardim. Em alguns momentos ela se desesperava, e em outros estava calma e paciente, mesmo depois de quase dois dias andando pelo matagal. Passava por frutas maduras e suculentas que se exibiam nas várias árvores, mas não as comia, satisfeita somente com a água da fonte. Porém chegou um momento, em que as as fontes, as cachoeiras e os rios não mais surgiram pela floresta, porém a chuva, essa sempre vinha pela tarde. Heloiana ficou agora com muita sede, foram tantas horas sem tomar nada que até a fome passou. E então ela teve frio por causa de uma chuva noturna que não parava. Ensopada, desesperada, e ofusacada pela luz do sol, procurava no meio da floresta uma fonte para matar sua sede incontrolável, uma sede que já durava cinco minutos. Ficou com medo e se abrigou do dilúvio debaixo de uma bananeira. Enquanto não parava a torrente, se distraiu diversas vezes pela água escorrendo por entre um cacho de bananas madurinho. Nem comida, nem água e nem esperança. Não via nada, ou preferia não ver. Quem sabe?

Um comentário:

Cosmunicando disse...

bela metáfora... quantas coisas passam despercebidas porque não nos chegam da forma exata que esperamos?

obrigada pela visita.
continua escrevendo.