terça-feira, 10 de agosto de 2010

"A Hora da Estrela"



Quando eu tinha 6 anos, assisti um filme da turma da Mônica chamado "A Estrelinha Mágica",  onde Mônica e seus amigos encontravam por acaso no chão uma estrela que havia caído do céu. Desde o momento que vi esse filme cismei que iria também encontrar uma estrela assim, meio que caída no chão. Então observava muito o céu para ver estrelas cadentes. Certa noite, estava à janela de casa ocupado no exercício de olhar para o espaço a procura de estrelas cadentes, notei que no horizonte havia muitas nuvens laranjas que denunciavam uma chuva noturna. Então olhava para o alto quando uma estrela cortou o céu em direção ao horizonte, ao mesmo tempo em que um relâmpago ascendeu por trás de uma nuvem. Pronto! Foi o suficiente para me convencer que a estrela tinha caído lá, e que muito provavelmente havia explodido. Quis ir lá no meio da noite procurar a estrela, mas como toda criança, fui impedido por um adulto. Quando eu já com 12 anos, fazendo o ensino fundamental, era alvo eterno dos meninos do fundão da minha turma. Não era só porque eu era CDF, mas porque também era NERD, pois usava aparelho extra-bucal, óculos fundo-de-garrafa e botas ortopédicas. Era por isso! Além de ouvir todo tido de gozação e apelido, tinha que também aguentar as porradas que os moleques me davam. O único momento em que todos se tornavam meus amigos, era justamente em dia de prova. E eu, para me sentir a estrela da classe, me prestava a passar cola para todos os meu inimigos. Passada a prova, tudo voltava ao normal, e eu voltava a ser o velho fracassado de sempre. Um dia, numa prova de história, eu tive que passar a resposta de uma questão que precisava dissertar bastante sobre o assunto, então o pedaço de papel que eu usei para escrever a resposta ficou um pouco grande. Quando eu estava acabando de escrever, notei que a professora estava do meu lado me observando. Eu, quase sem pensar, embolei o papel e engoli, assim teria destruída a prova de que eu estava colando e me livrei de ser levado à diretoria. Ano passado, eu estando com 24 anos, já estava quase me formando no curso de ator, e estava com um curriculum de peças até razoável. Um dia recebi o telefonema de uma jornalista que escrevia para um jornal local. Ela ligou dizendo que queria falar com um "jovem ator que se destacava no cenário artístico paraense", e falou um nome de forma muito rápida, achei que tinha entendido meu nome, e então desatei a falar sobre minha vida artística e já até estava brincando falando que eu estava quase para me tornar uma estrela. Depois de quase uma hora no telefone com ela, é que eu descubro que na verdade, ela queria era falar com meu irmão, que também faz teatro...

Estrelas, minhas estrelas...
Vou-te o brilho ofuscando
e a ti que não te mudas
no escuro vais ficando!

Um comentário:

Átila Goyaz disse...

Seu sumido, adorei o post e me lembro dessa história... vc me conto sobre esse telefonema.

Me veio uma música interpretada pela calcanhotto chamada estrelas:

Estrelas
Adriana Calcanhotto
Composição: Sergio Britto - Arnaldo Antunes

Estrelas
Para mim
Para mim
Estrelas
São para mim
Estrelas para mim
Estrelas
Estrelas
Para quê?
Para quê?
Para quê?
Estrelas para mim
Só para mim
Para mim
Para mim
Para mim
E a treva entre as estrelas
Só para mim

Muito linda , vale a pena escutar!

Bjus e saudades!