terça-feira, 28 de abril de 2009

Três Caminhos

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No primeiro os pássaros cantavam
As flores exalavam perfume inebriante
As plantas mostravam um verde brilhante
E a luz do sol irradiava e refletia
Mas as harpias mataram os pássaros
Os bubalinos pisaram nas flores
Os gafanhotos comeram as palntas
E a luz do sol se encobriu por nuvens negras
.
No segundo os pássaros também eram presas
As flores ainda eram vulneráveis
As plantas igualmente eram alimento
E a luz do sol ainda era incerta
Mas as harpias nem sempre sabiam caçar
Os bulinos nem sempre andavam em meio as flores
Os gafanhotos nem sempre estavam com fome
E as nuvens sempre se dissipavam
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No terceiro nunca se viu um pássaro
As flores nunca existiram, pois
As plantas nunca enraizaram
E a luz da lua iluminava imponente, pois era sempre noite
Mas as harpias já estavam à espera do primeiro pássaro
Os bulinos impacientemente, já aguardavam a primeira flor brotar
Os gafanhotos já estavam famintos esperando a primeira semente germinar
E as nuvens já encobriam até a luz da lua

3 comentários:

Henrique disse...

ará! fizestes um blog!

não justifique-se
ESCREVA!

Magaldi disse...

isso voce quem diz, ja que nao o conheço!

Eli Carlos Vieira disse...

Bonito isso!
Me lembrou um trecho de um dos meus textos preferidos, escrito por Eduardo Alves da Costa, poeta do Rio de Janeiro, mas que sempre achei ser, de fato, do poeta russo Vladimir Maiakóvski (1893-1930). Chama-se “No caminho, com Maiakovski”:

"Na primeira noite eles se aproximam,
Colhem uma flor de nosso jardim
E não dizemos nada.

Na segunda noite,
Já não se escondem:
Pisam nas flores, matam nosso cão
E não dizemos nada.

Até que um dia,
O mais frágil deles
Entra sozinho em nossa casa,
Rouba-nos a lua e,
Conhecendo nosso medo,
Arranca-nos a voz da garganta.

E porque não dissemos nada,
Já não podemos dizer nada."

Abração