segunda-feira, 13 de julho de 2009

A caixa

Quanta doçura e quanta fragilidade
vejo no teu rosto,
que agora se torna estranho,
a ti mesmo,
pois a mim sempre o foi.
Quanta gravidade no gesto,
que te é tão inerente,
tão caro,
mas que é pra mim tão vazio.

Como podes confiar em mim
assim tão facilmente?
Não sabes o meu passado
e muito menos o meu presente,
que te dou como presente
em desgostos, tristezas e mágoas
embrulhados em papel bonito
amarrados com uma fita
da cor que te é favorita.
.
Talvez por isso,
não abras tua prenda.
Pois que tua inanidade
te faz se encantar
somente do embrulho
e julgas já saber o que há dentro.
.
Tu que te sentas e te deitas
sobre tua própria concuspicência,
quando levantares e abrires
o teu presente,
verás que eu sou tão ruim
quanto o pior do pior de ti mesmo.

12 comentários:

Cosmunicando disse...

ah, escondendo o jogo hein?
muito bem construído teu poema, e com um sentido ácido, mas também lírico.

agora vou querer mais!
continue escrevendo =)

menino, não bastasse sua foto nova estar uma simpatia, além de tudo você também é de escorpião! eita bicho danado... rsrs

beijos

Anônimo disse...

É misterioso, é a suavidade, é a ternura, e a realidade quando diz que não se deve confiar facilmente em não sabe do passado, e muito menos do presente, é mostrar que se não andar na linha do trem, não saberá nem do próprio destino,

Presente são encantos, mas são objetivos, se não saber fazer por ganhar em merito, nunca saberá abrir um presente, não se abre por impulso, e nem desejo, apenas por misterio, do que há por dentro.

Abçs, sempre com belas palavras, ja sabe que gosto muito de vir aqui, "Little Bird".
Abçs

Eli Carlos Vieira disse...

UAU!! Surpresa!
Raridade em poema!
E como flui!

No início eu classificaria como doce (apesar de não haver esse índice nas reações, apenas o contrário, salgado), por isso optei por duas.
No fim, acredito que nem sempre é preciso abrir, de fato, o presente (parece com aquele negócio de querer que alguém leia o destino, o furuto [para quê??]). Nem sempre é preciso abrir o presente, que por ser um presente, uma doação, já é agradável. E a admiração de quem recebe é tão forte, que não indaga sobre passado ou o que for! Apenas admira!
O próprio fato de embrulhar, significa talvez que o presenteador não seja de todo mal.
Lembra inocência, amor e sabedoria!

Abração!

Ps.Obrigado pelas visitas ao passado (nem tão passado assim) do 20 anos Blues. respondi a todos com prazer!

Rafael Sperling disse...

Olá, Ives
Achei interessante o seu poema da Caixa, muito bem escrito.
Abraço

Ives Nelson disse...

Valeu Rafa... gosto muito dos teus textos, pena que não consigo comentar no teu blog, sempre dá um erro na hora de postar o comentário e a janela fecha. Engraçado que isso só acontece no teu... uma pena! Pensei em sugerir pra mudares a forma de comentários para uma janela Ppo-up, pra ver se conseguia finalmente comentar!

Valeu Rafael, abração!

railer disse...

belo texto.
obrigado pelas visitas ao figura220!

Eli Carlos Vieira disse...

Ives, obrigado pela contribuição que você deixou no 20 anos Blues!
Belo texto, que foi além de apenas um comentário!

Sempre surpreendendo! É por essas e outras que essa coisa de blogueiro vale a pena!

Abração

Unknown disse...

Todos os dias deviam ser DIA DOS AMIGOS...

pois eles que fazem nossa historia...

por isso eu e em nome do Entrando Numa Fria venho desejar essa amizade que vc vem nos passando a tempos...

grande abraço

A Torre Mágica | Pedro Antônio de Oliveira disse...

Bacana o texto!

Gostei mesmo!

Um abração!

Pedro Antônio

Eli Carlos Vieira disse...

Estou gostando das novidades na página!
Criatividade e PERSONALIDADE!

Abração!

Jairo Borges disse...

Legal o texto Ives! As vezes é melhor não abrir o embrulho msm não! As vezes as pessoas são tão devastadas por dentro...

A Torre Mágica | Pedro Antônio de Oliveira disse...

Hahahahá!

Obrigado! O seu blog é sempre uma surpresa e, de certa forma, misterioso como esse embrulho bonito, todo azul.

Abração.

Pedro Antônio