Quando eu tinha 6 anos, assisti um filme da turma da Mônica chamado "A Estrelinha Mágica", onde Mônica e seus amigos encontravam por acaso no chão uma estrela que havia caído do céu. Desde o momento que vi esse filme cismei que iria também encontrar uma estrela assim, meio que caída no chão. Então observava muito o céu para ver estrelas cadentes. Certa noite, estava à janela de casa ocupado no exercício de olhar para o espaço a procura de estrelas cadentes, notei que no horizonte havia muitas nuvens laranjas que denunciavam uma chuva noturna. Então olhava para o alto quando uma estrela cortou o céu em direção ao horizonte, ao mesmo tempo em que um relâmpago ascendeu por trás de uma nuvem. Pronto! Foi o suficiente para me convencer que a estrela tinha caído lá, e que muito provavelmente havia explodido. Quis ir lá no meio da noite procurar a estrela, mas como toda criança, fui impedido por um adulto. Quando eu já com 12 anos, fazendo o ensino fundamental, era alvo eterno dos meninos do fundão da minha turma. Não era só porque eu era CDF, mas porque também era NERD, pois usava aparelho extra-bucal, óculos fundo-de-garrafa e botas ortopédicas. Era por isso! Além de ouvir todo tido de gozação e apelido, tinha que também aguentar as porradas que os moleques me davam. O único momento em que todos se tornavam meus amigos, era justamente em dia de prova. E eu, para me sentir a estrela da classe, me prestava a passar cola para todos os meu inimigos. Passada a prova, tudo voltava ao normal, e eu voltava a ser o velho fracassado de sempre. Um dia, numa prova de história, eu tive que passar a resposta de uma questão que precisava dissertar bastante sobre o assunto, então o pedaço de papel que eu usei para escrever a resposta ficou um pouco grande. Quando eu estava acabando de escrever, notei que a professora estava do meu lado me observando. Eu, quase sem pensar, embolei o papel e engoli, assim teria destruída a prova de que eu estava colando e me livrei de ser levado à diretoria. Ano passado, eu estando com 24 anos, já estava quase me formando no curso de ator, e estava com um curriculum de peças até razoável. Um dia recebi o telefonema de uma jornalista que escrevia para um jornal local. Ela ligou dizendo que queria falar com um "jovem ator que se destacava no cenário artístico paraense", e falou um nome de forma muito rápida, achei que tinha entendido meu nome, e então desatei a falar sobre minha vida artística e já até estava brincando falando que eu estava quase para me tornar uma estrela. Depois de quase uma hora no telefone com ela, é que eu descubro que na verdade, ela queria era falar com meu irmão, que também faz teatro...
Estrelas, minhas estrelas...
Vou-te o brilho ofuscando
e a ti que não te mudas
no escuro vais ficando!